domingo, 16 de dezembro de 2007

Rio de Janeiro II

Demolição do Morro Hoje
História do Morro do Castelo
A Cidade do Rio de Janeiro foi construída no Morro do Castelo. Os portugueses tinham o habito de construir seus vilarejos em locais elevados e escolheram entre as quatro colinas existentes o Morro do Castelo. As outras colinas eram o Morro de Santo Antônio, São Bento e da Conceição. Morro do Castelo tinha uma visão privilegiada da Baía de Guanabara o que facilitava a defesa, tinha um terreno cercado por lagoas e manguezais dificultando os ataques. Outra preferência pelos morros era a facilidade de escoamento dos detritos, as chuvas os levava encosta abaixo. Havia cerca de 600 pessoas entre elas os fundadores, jesuítas, índios catequizados, alguns franceses e poucas mulheres, ocupando 184 mil metros quadrados da colina. Que hoje em dia teria seus limites nas ruas São José, Santa Luzia, México e Largo da Misericórdia. O Forte de São Januário foi construído no primeiro ano, a edificação ficava na parte posterior do morro e usaram pedra e óleo de baleia, uma técnica da época. Depois o forte foi batizado de São Sebastião, a forma arquitetônica do Forte se assemelhava a um Castelo e gerou o nome do Morro do Castelo. A igreja de São Sebastião foi à próxima construção sendo à primeira igreja do Rio, sua construção era semelhante a uma fortaleza e possuía duas torres sineiras que eram usadas na vigilância da costa. Muitas outras construções foram feitas como:
  • A Casa de Câmara,
  • A Cadeia,
  • A Igreja e o Colégio dos Jesuítas, que após a expulsão dos jesuítas pelo Marques de Pombal em 1759, o colégio foi transformado no Palácio São Sebastião que passou a ser hospital militar, e em 1877 tornou-se o hospital infantil São Zacarias.
A nobreza carioca desceu a Ladeira da Misericórdia, no século XVI, as dificuldades em morar no morro eram imensas que preferiram sair da segurança que o morro oferecia. Em nome da Coroa Portuguesa o governador-geral distribuiu sesmaria para a elite e eles se estabeleceram na várzea, isso a partir de 1570. Ficaram no morro os menos afortunados que não foram beneficiados com a distribuição de sesmaria. O local se marginalizou e decaiu fazendo os cariocas evitarem a área. Em 1922, o engenheiro Carlos Sampaio, prefeito do Distrito Federal decretou o fim do morro. As famílias que moravam na região foram desalojadas e transferidas para o subúrbio. Diversas foram às justificativas entre elas:
  • A falta de espaço para abrigar a exposição comemorativa do centenário da Independência;
  • O Morro do Castelo prejudicava a ventilação da área central da cidade.
Nenhum carioca foi em defesa da manutenção do Morro do Castelo só Monteiro Lobato, um paulista, que reagiu contra a obra. O governo não acatou a reação e 300 imóveis foram demolidos e 66 mil metros cúbicos de terra retirados, foram transferidos os principais objetos de valor, como o marco inaugural da cidade, pinturas e esculturas do século XVII para vários pontos da cidade. No colégio Santo Inácio estão às imagens do Cristo Crucificado, de João Evangelista e da Virgem Maria, também a Porta Principal da antiga Igreja dos Jesuítas. Na Igreja dos Capuchinhos estão o Marco Inaugural e túmulo de Estácio de Sá. A terra retirada serviu para aterrar diversas áreas, como:
  • Lagoa Rodrigo de Freitas;
  • Área do Jóquei Clube
  • Diversas áreas da Baía de Guanabara.
O governo com essa decisão destruiu o berço da cidade. Texto de Eliana Rocha Fotos da Internet

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