domingo, 6 de abril de 2008

CIDADE DE NOVA PETRÓPOLIS

As encostas íngremes contornando os planaltos e os morros lembravam a terra natal dos imigrantes. A densa cobertura vegetal da região, sua abundância em araucárias e outras madeiras faziam antever a fertilidade do solo. Os rios Caí e Cadeia serviam de vias de escoamento da produção, viabilizando economicamente a exploração e a produção agrícola. Mas a encosta da serra gaúcha também tinha sua importância estratégica. Sua ocupação poderia integrar definitivamente as ricas Vacarias de Cima da Serra aos mercados da região metropolitana. Das estâncias serranas as grandes manadas seriam tropeadas através da nova colônia, e os comboios de mulos, com suas bruacas carregadas com queijos serranos, maçãs e outros produtos locais, poderiam descer tranquilamente as encostas da Serra e encontrar mercados certos no sul. A Colônia Provincial de Nova Petrópolis foi cuidadosamente planejada, com suas terras divididas em lotes, com aproximadamente 50 hectares. De 10 em 10 quilômetros criaram-se pequenos núcleos para dar apoio. No centro implantou-se a sede colonial, hoje cidade de Nova Petrópolis. As indagações feitas quanto às origens do nome da Colônia levam à conclusão de que se tratava de uma homenagem ao jovem imperador D. Pedro II, cuja popularidade era muito grande naquela época. "Petrópolis = Cidade de Pedro" e "Nova Petrópolis" foi uma analogia à cidade imperial de "Petrópolis", no Rio de Janeiro, cuja topografia é semelhante à da nova colônia. A tradição local refere-se a uma hipotética viagem de D. Pedro II à região e a seu deslumbramento pelas belezas das paisagens locais. Os imigrantes que aqui chegaram, em sua imensa maioria, eram alemães, oriundos da Renânia (Hunsrück), da Pomerânia, Saxônia, Baviera, Prússia e Boêmia. Da Polônia, então pertencente à Rússia, veio um contingente; também da França e Holanda de onde chegaram alguns imigrantes isolados. Durante muitos anos levas e levas de imigrantes foram chegando à Colônia Provincial de Nova Petrópolis, carregados de sonhos e ilusões. O isolamento desviou muitas famílias para outras regiões, e as grandes dificuldades abateram o ânimo de muita gente que abandonou suas terras. A maioria, porém, ficou firme e venceu a todos os desafios, construindo neste recanto da Serra Gaúcha uma nova Pátria para si e para os seus filhos. A construção da BR-116 em 1939/40 e seu asfaltamento nos anos 50, bem como a construção da RS-235 e seu asfaltamento imediato, marcaram a transformação definitiva do que era a antiga Colônia Provincial de Nova Petrópolis. Nos anos 50 amadureceram diversos projetos que marcariam profundamente a região. O primeiro deles foi à iniciativa pioneira de criar um curso ginasial em plena zona rural: o Ginásio Bom Pastor. O próprio município de Caí incentivou, de início, a emancipação de seu 3o. Distrito. A lei que reconheceu a emancipação de Nova Petrópolis foi assinada em 15 de dezembro de 1954. Em 28 de fevereiro de 1955 ocorreu a instalação do município. A eletrificação rural deu um impulso a grande parte do município. Abriram-se também novas estradas rurais procurando ligar todas as comunidades entre si. A urbanização também não foi descuidada, criou-se o Plano Diretor, que fixou as formas do desenvolvimento da sede municipal. Em 1958, quando a comunidade inteira comemorou o Primeiro Centenário da Colonização de Nova Petrópolis, o Município já apresentava as características que haveriam de destacá-lo futuramente no contexto das comunidades gaúchas.

Parque Aldeia do Imigrante

Inaugurado oficialmente em 12 de janeiro de 1985, junto ao centro de Nova Petrópolis, constitui uma Área de aproximadamente 10 hectares. Logo à entrada do Parque foi erguida uma "Aldeia Bávara" com os seguintes elementos arquitetônicos: "Pórtico de Entrada", lojas de malhas, artesanato e produtos coloniais, "Salão de Baile", Quiosque para apresentação do rico folclore da região e o "Biergarten" (Jardim da Cerveja). Estes prédios foram construídos para as tradicionais Festas do Município. No coração do Parque, a reconstrução de antigos prédios históricos constituem a "Aldeia Histórica", demonstrando a estrutura e funcionamento de uma aldeia de Imigrantes entre os anos de 1875 e 1910.

Pesquisa efetuada no local.