domingo, 6 de julho de 2008

Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé

Os Carmelitas ao chegarem ao Rio de Janeiro, no final do século XVI, receberam como doação uma pequena capela que era dedicada a Nossa Senhora do Ó. Construíram ao lado desta capela o Convento do Carmo. Na metade do século XVIII no lugar da capela foi construída uma igreja. A sua construção foi realizada por Mestre Manuel Alves Setúbal e durou quinze anos. Em 22 de julho de 1770 ocorreu a sagração da nova Igreja. O entalhe do interior foi uma obra posterior que começou 15 anos após a sagração, obra do mestre Inácio Ferreira Pinto.

A Família Real Portuguesa e sua Corte chegaram ao Rio de Janeiro em 1808. Foram alojados no Paço dos Vice-Reis (atual Paço Imperial) que era próximo a Capela e D. João VI a designou como nova Capela Real Portuguesa e, depois como Catedral do Rio de Janeiro. Condição que manteve até 1977, quando foi inaugurada a nova Catedral Metropolitana, na Av. Chile.

Após a morte de D. Maria I, em 20 de março de 1816, a Capela Real, foi palco da sagração de D. João VI como Rei de Portugal. Nela casaram o príncipe D. Pedro, futuro imperador do Brasil, com d. Leopoldina de Áustria, no dia 06 de novembro de 1817.

Com a Independência do Brasil, a Igreja do Carmo passou a ser a Capela Imperial e sediou as cerimônias de sagração dos imperadores D. Pedro I e D. Pedro II, bem como o casamento da Princesa Isabel com Gastão de Orléans, o Conde D'Eu, em 15 de outubro de 1864.

Foi construído um passadiço elevado que conectou os dois edifícios e permaneceu até 1890.

Por determinação do Cardeal Arcoverde, a torre foi reconstruída em 1905 e, em 1910, construiu-se o frontispício voltado para a Rua Sete de Setembro. Estas obras afastaram o conjunto das suas linhas originais.

Em 1976, quando a nova catedral do Rio de Janeiro foi concluída, a Igreja do Carmo perdeu a sua condição de catedral, sendo a partir daí chamada a Antiga Sé.

Por volta de 1900 a fachada e a torre foram muito alteradas; apenas o primeiro andar da fachada, com os três portais em estilo pombalino lisboeta, é ainda original. A estátua em um nicho da fachada representa o santo padroeiro da cidade, São Sebastião.

A iluminação do interior é feita por uma série de lunetas no teto e ornamentadas por elegantes molduras douradas. Nas paredes laterais da nave, no alto, há uma série de tribunas com telas ovais contendo pinturas dos Apóstolos, de autoria do pintor colonial José Leandro de Carvalho. As novas reformas não fizeram muitas alterações no interior da igreja.

A torre, reconstruída entre 1905 e 1913 pelo arquiteto italiano Rafael Rebecchi, é encimada por uma estátua, em bronze, de Nossa Senhora da Conceição.

Uma lápide, no corredor lateral que dá acesso à sacristia, assinala que ali se encontram depositados, desde 1903, em uma urna de chumbo, parte dos restos mortais de Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil, que jazem na Igreja de Santa Maria da Graça em Santarém, Portugal.

De: Eliana Rocha

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